quinta-feira, 26 de novembro de 2009
O Retrato
Sem eu pedir,
um dia você
deu-me o seu retrato.
Segurei, olhei,
emoldurei e guardei.
Para que eu quero
o inanimado... imaginei;
se presente você estava;
se seu corpo eu tocava;
se seu desejo eu partilhava;
se seu calor eu sentia;
se suas carícias eu recebia.
Para que o inanimado,
pra que?
Vivíamos momentos;
momentos passavam;
juntos ficávamos;
juntos, juntos.
Um dia, você se foi,
rompendo-se um elo.
Senti a fraqueza do ser.
Percebi que a vida não tem fronteira.
Somos donos e,
não temos nada.
Somos tudo e,
tudo se faz vazio.
O tempo passou e,
num sopro da lembrança
busquei o seu retrato,
que por sorte da moldura
não fugiu seguindo os seus passos.
Olhei.
vivi momentos passados.
Toquei.
Não senti o calor de outrora.
Somente ficou a marca dos dedos,
na poeira dos tempos,
dos anos que se foram.
Cruzamos, quem sabe?
Olhamos, quem sabe?
Tantas e tantas vezes e
não nos conhecemos.
O retrato inanimado,
fixou-me na mente,
o que você foi.
A imagem presente
era o passado.
A realidade de fato não sei.
Acredito que pelo tempo,
pela textura do papel,
envelhecido e amarelado,
bem no fundo
você se escondeu.
mochiaro
O QUE SERIA DO "NÃO" SE NÃO HOUVESSE O "SIM"
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário