Rio nas altura por Nilo Lima

RIO CARNAVAL

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Vazio // Dormente


Dueto Marilância versos de Mochiaro


O VAZIO// DORMENTE

O vazio // Entre claros e escuros
Como definir um vazio// Indevassável
Onde nada existe.// Lacunas somente
Ao colocarmos motivos// Inexistentes
O vazio se torna cheio.// Engole acasos
E o vazio deixa de existir.//Inusitado, solene

Se antes em um vazio// Misterioso
Criou se o universo.//Soberbo de magia
Se antes de um interior vazio materno// Arte de dentro pra fora
Germinou um ser.// Ardendo o calor da vida

Se antes o cheio se tornou vazio// Não adianta fechar os olhos
Ao apagarmos tudo// A noite com seu escuro manto
Mas a nossa vida se cobre de cheios// Revelando mistérios
E no silêncio vazio// Ritual cotidiano
Encontramos o vazio da presença// Fugindo em desespero
Assim me ponho nesse vazio// Em torno de algo
Onde busco a verdade// Interagindo delicado
A se fazer cheio com momentos inspirados// Em cânticos de promessas
Mas a inspiração não é real.// Fictícia, enganadora
Assim me vejo vazio// Distante, alquebrado
Na ausência que me fazes// Na incessante procura
Nesse cheio /vazio// Pela brisa espalhados
Que o quarto apresenta// Murmurante, solitário
Vou partir para a existência da verdade// Seguindo rastros
Vou esvaziar tudo// Entornar emoções
E esperar você chegar// Ansioso, tremulante
Para encher com sua presença// Quedando-me em esperanças

O vazio que em meu ser se faz.// Insistente, compulsivo
E assim// Pela eternidade
Viveremos vazios// Sob as madrugadas sonolentas
Criando espaços sem fim// A ouvir coros da vida

Para termos sempre cheios// O escaninho da memória
De felicidade, amor e paixão// Em sonhos infindáveis

mochiaro e marilândia

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Livros esquecidos


Livros esquecidos

Livros esquecidos nas prateleiras
Outrora estiveram em prioridade

Livros esquecidos nas prateleiras
Páginas que se amarelam
Contos, estórias intactas
Ficam em decoração empoeirados

Mas quem faz um chamamento
Envolvem-se em seus escritos
E em muitos se tornam personagem emprestados
Vivem momentos em transparências
Tomam lugares dos personagens
Mudam o sentido do tema
Afastam por vezes da leitura
E, tornam se um segundo autor

As páginas são revertidas
As frases são sublinhadas
E um livro paralelo se cria
Em anotações pessoais

O bom de uma leitura é a interpretação
O diálogo em par ou em grupo
Tal como se fazem ou fazia grupos em literatura

Lembro-me bem do livro “o velho e o mar”
De Ernest Hemingway
Que retrata bem a luta por um objetivo
O prazer da posse
E a perda gradativa da conquista
E a chegada em um nada, na origem da partida


Somos páginas folheadas
No “livro da vida”
Somos estórias,
Criamos fantasias,
Envolvemos em personagens,
Somos presença,
Somos ausentes
Somos esquecidos.

E no passar do tempo
Colocados em “estantes”
Aguardamos um alguém
A tocar-nos digitalizando seus dedos

E voltamos a ser um “livro”
Em folhas de recordações.

mochiaro

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O que é poesia


O que é a poesia?


Arte de fazer versos?
Estado comovido de alma?
Inspiração?
O que é a poesia?
uma fuga do interior;
uma montagem de fantasias;
um ser a sentir o nunca sentido;
um ser vivenciando momentos futuros;
um ser gritando alegrias;
um ser encobrindo verdades presentes;

angústia;
decepção;
tristeza...?

Poesia
Um choro de lágrimas secas;
Um silêncio;
Uma solidão.
No jôgo da vida
No confronto de alegrias e tristezas
Num estádio cheio de esperanças
Uns saem felizes
Outros choram derrotas

E nesse jogo
Sempre o vencedor é a tristeza

Mas eu busco nos resíduos
Dessa batalha
O pouco das sobras alegres
Na recordação dos momentos felizes
Em que eu e você
Degustamos

mochiaro

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O vazio


O vazio
Como definir um vazio
Onde nada existe.
Ao colocarmos motivos
O vazio se torna cheio.
E o vazio deixa de existir.Se antes em um vazio
Criou se o universo.
Se antes de um interior vazio materno
Germinou um ser.
Se antes o cheio se tornou vazio
Ao apagarmos tudo
Mas a nossa vida se cobre de cheios
E no silêncio vazio
Encontramos o vazio da presença
Assim me ponho nesse vazioOnde busco a verdade
A se fazer cheio com momentos inspirados
Mas a inspiração não é real.
Assim me vejo vazio
Na ausência que me fazes
Nesse cheio /vazio
Que o quarto apresenta
Vou partir para a existência da verdade
Vou esvaziar tudo
E esperar você chegar
Para encher com sua presença
O vazio que em meu ser se faz.
E assim
Viveremos vazios
Criando espaços sem fim
Para termos sempre cheios
De felicidade, amor e paixão
mochiaro

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

VAMOS FAZER AS CONTAS


VAMOS FAZER AS CONTAS

Em um teclar na contagem dos tempos
Há somas e débitos
Vantagens e desvantagens
Num somatório em créditos
E nos vermelhos em cobranças

É correr de gastos em ansiedades de posse
É empréstimos á gastar em luxúrias
São registros na fila dos inadimplentes
E ficar marcados em desespero em listagens negativas

Sua caixa vazia um dia se encheu
Quando alguém depositou valores
E lhe fez ver que alma em verdades acreditou
Em lhe fazer não rica em moedas correntes
E sim milionária, orgulhosa e ostentosa
Em atenção, valorização, conhecimento, preocupações.

Foi uma dedicação jamais existente
Foi uma corrida ao Banco da Esperança
Foi uma puxada no Extrato em saldo crescente
Foi um pagamento gratificante do Imposto da Felicidade.

E num dia ao pensar que tinha posse de tudo:
O ORGULHO
O RANCORISMO
O EGOISMO
A INEXPERIÊNCIA
A RENITÊNCIA
A INSEGURANÇA
Fez preencher o cheque nominativo e cruzado
Se fez vazia e pobre
Sem ter quem antes depositava
Valores, valores, valores...

“A falta de ser “humilde” leva a derrota após ter alcançado a riqueza de alma e, o sofrimento em depressão é contínuo e torturante”

mochiaro

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Cartas


CARTAS...


Onde guardamos escritos que marcam e ficam até o desgaste natural do tempo
São escritos e palavras que traduzem não tanto o que a mente formata.
Às vezes, embargamos em dificuldades para traduzir em palavras o que de fato pensamos.
Embolando em letras e rabiscos e na formação da frase não encontramos o que de fato queríamos.
Mas, uma carta é enviada e ela percorre em silêncio no meio de outras mensagens em pacotes fechados amarrados.
Voam nas nuvens, enfrentam tormentas e pousam em uma aterrizagem perfeita e feliz.
São novamente misturadas umas nas outras e separadas em pacotes conforme sua direção, seu endereço.
E chega ansiosa para ser libertada do envelope e ser tocada pelas mãos em espera.
Em espera, em termos, pois chegou em surpresa e sem aviso prévio.
Nas letras grifadas reconhece quem a enviou e no perfume exalado define quem de fato se presenciou.
Uma carta, uma chegada, um toque, um sentimento.
Assim essa carta começa e outra se comporá em uma seqüência de afirmações e presença.
Uma carta, um meio de comunicação de forma artesanal que ainda persiste diante do avanço em meios de comunicação.
Uma espera no tempo se faz e a satisfação em tê-la em mãos na entrega.
“Quando o carteiro chegou e seu nome gritou com uma carta na mão....”

mochiaro

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Um rabisco, um desenho


Um rabisco, um desenho

Fundo branco
Imagem desenhada
Folhas marcantes em cores
Presença vazia

Em tudo lembra uma construção
Em tudo lembra uma marca
Pode ser até nos rabisco infantil
Mas é uma afirmação

Assim nossa vida se faz na origem
Nos primeiros traços
Representativos ou não
Mas verdadeiro em nosso desejo

Na simplicidade de um ato demonstramos
Sinceridade, respeito, admiração, afirmação
Em uma simples imagem ou desenho

Quem recebe, abre e lê
Quem recebe abre e sente
Quem recebe sabe o quanto esse ato representa

Um toque de criança no melhor quadro da vida
Um toque infantil e amado
Um toque marcante para relembrar
O quanto esse ato acode
Ao colar junto à carta que hoje
Você escreveu-me

“beijei o papel, sujei suas letras, senti o gosto de suas digitais nessa agonia que sua ausência me faz”

mochiaro