Rio nas altura por Nilo Lima

RIO CARNAVAL

domingo, 30 de maio de 2010

O Irracional e o racional



O IRRACIONAL E O RACIONAL

Uma loja, uma confeitaria, um balcão em uma rua movimentada de transeuntes.
Um garoto parou diante desse balcão onde doces finos se colocavam lado a lado criando desejos.
O garoto pobre, talvez até morador de rua, jamais tinha tido o prazer de se deliciar com os doces ali mostrados e o muito que provou foi o simples açúcar em alguns doces populares.
Ficou ali parado e depois seguiu o seu caminho.
Noutro dia ali estava ele de novo parado admirando um dos doces que em sua mente escolheu.
Em seguida outra pessoa parou e ao se dirigir para dentro da confeitaria o garoto pediu se ele podia pagar um doce e apontou para o escolhido.

O QUE FARIA VOCE? DIRIA SIM OU NÃO?

Vamos analisar as duas respostas:
Ao dizer Sim você errou e ao dizer Não você acertou.

A vontade de você agradar ao garoto com o Sim transformou o desejo visual no desejo físico.
O doce foi devorado de forma irracional e não racional; “da mesma forma que se você preparasse um bife com todos os temperos carinhosamente e desse para um cão.
O cão iria apreciá-lo da mesma forma que se você juntasse resto de carne sem preparo e qualidade.

Pausa: O japonês na preparação da comida a ser servida procura não somente a quantidade, a qualidade, mas a beleza na montagem do prato.

Ao garoto atendido houve o desejo visual, mas não o apreciativo.

No mais você criou nele o desejo de novamente comer o mesmo doce ou ate escolher outro e, se não for atendido por outra pessoa, em caridade, o deixará em eterno sofrimento.

Ao dizer Não, o garoto não irá provar o desejo físico e a mente não iria registrar o que sentiu no visual.
Ao passar novamente noutro dia talvez não pare por saber do não atendimento de seu desejo ou quem sabe do doce não mais ali estar exposto. Esqueceria o fato e voltava ao seu estado normal de vida.

- Agora vamos para outra pessoa que pode comprar um doce e apreciar ou complementar a sua sobremesa.

Dois outros momentos podem acontecer:

Primeiro: ele degusta seu doce de forma racional e limitada, uma apreciação em valorização, beleza e prazer.

Segundo: ele come um, come dois repetindo de forma gulosa e incontrolável sem analisar a beleza, o sabor e a qualidade.
Nesse Segundo caso, com o tempo, vai enjoar e refugar o doce até no visual.

No Primeiro caso vai repetir sempre que sentir esse desejo.
Digamos que o Primeiro guarda no “Armário da Vida” um pouco desse doce e sempre vai tirar proveito quando o desejo apetecê-lo

No desenvolver da Vida temos esses impulsos onde o Visual atiça o Físico.

- Dois seres, agora, se cruzam num certo momento da Vida e entre eles um olhar se fixa.

Pode surgir um Desejo Visual para somente um deles ou um agrado em conjunto.

Se, e somente se, um deles tiver esse desejo, não correspondido pelo outrem, deve simplesmente guardar para si e esquecer esse momento.
Ao desejo em semelhança ao do doce, a imagem visual não deve nesse caso dar continuidade ao desejo físico. Foi o Não ao garoto ao se negar o doce.

Se ambos os olhares se cruzaram em concordância resta entrar na confeitaria (do Amor) realizando o desejo e procurar degustar a parte física.
Lembrando-se que pode haver a ganância (irracional) ou o degustar (de forma racional).

No racional é o prazer para se guardar agora no Armário da Vida; é mantê-lo saboreando pouco a pouco em quantidade, qualidade e valorização.

Uma refeição amorosa a La Carte.

Da forma irracional, gananciosa, vai surgir com o tempo o enjoar e, em troca, refugar o prazer até no visual.

Pausa: Vejamos um empregado que inicia seu trabalho numa confeitaria e depara com inúmeras gostosuras e com isso tenta provar de tudo. O proprietário deixa saborear o que quiser, pois sabe que daqui á pouco não vai mais querer provar ou mesmo apreciar visualmente os produtos, cumprindo o seu papel somente de vendedor. Isso é uma prática comum no comércio na vida do dia a dia do ser humano.
Com isso gera normalmente a perda do interesse e do desejo.

O fato real é que a mulher é um doce fino e de preparo cauteloso e com ingredientes puros e selecionados.
O homem, em sua maioria, não aprecia o doce em sabor, qualidade, quantidade e acima de tudo valorização.
Pode haver o vice-versa entre os seres opostos, mas, o que se pede é a cautela para que se guarde no Armário da Vida esse conteúdo a ser degustado pouco a pouco com desejo e prazer.

mochiaro

3 comentários:

  1. A quantas viagens seu artigo me levou!!!!!!!!!!
    Experiencias onde o racional falou mais alto e outras onde o irracional gritou ecoando ao mundo segredos meus que deixaram de ser segredos, quando o grito escapou-me...rs...entendeu?
    Mas...eu tenho uma linda experiencia que ficou pra sempre guardada no armario da vida...e ainda é tao latente quanto o seu nascimento...adivinha?

    Adorei essa nova versão Mochiaro!!!!!

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  2. Um belo texto, meu amigo, muitas metáforas e comparações para torná-lo mais sutil, cheio de informações nas entrelinhas.Que sejam bons e muitos os momentos a serem guardados no armário da vida! Parabéns! Grande abraço!
    Maria José Tauil

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  3. nao sei nao.
    as mulheres nao estao mais correspondendo as expectativas dos homens... nem eles as delas.
    tudo tao fugaz... tao vulgar.
    cozinhar em banho maria ou "se guardar" pra um deleito apos....acho q nao mais.
    qdo duas almas se encontram... se curtem....se confiam....pra que esperar tanto?
    Qdo eu for pro rio... rsrs

    mas o seu texto esta mto coerente...assim deveria ser. mas nao é . nao mais.
    se pena ou nao.....isso é individual demais.

    so sei que adoro vc, mto.

    bjssssssss;

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