Rio nas altura por Nilo Lima

RIO CARNAVAL

domingo, 4 de outubro de 2009

Travestida


Travestida

Não, não sou...
Não sou o que eu queria ser!
Rastejo quando quero voar,
Choro quando quero sorrir,
Naufrago,
E nem tento submergir!

Não estou onde queria estar,
Fico aqui...
Mergulhada nos meus lamentos,
Quando nos teus braços
Eu desejo naufragar.
Viajo nas minhas lembranças
E tudo o que quero,
É beijar, beijar...
E morrer de te amar!

Sorrio entre as lágrimas
Que teimam rolar,
Deixo a saudade me inundar,
Guio-me pelo brilho do teu olhar!

Que covarde sou eu,
Que não luto pelo amor teu?
Aceito passivamente os obstáculos,
As algemas de um amor tirano,
Que se acabou,
Mas ainda me mantém em dormência.

Que covarde eu sou,
Que aceito ser infeliz?
Acumulo cicatriz,
E tudo apago e refaço,
Como se a vida,
Fosse uma lousa escrita em giz!

E o amor que eu sinto não me cabe,
À distância me faz vil,
A dor não expurga nas lágrimas,
E o tempo se esvai...
A saudade me consome,
A insônia se apodera,
Nem percebo a primavera,
E cadê o meu amor?
Meu horizonte é só um fio
Delgado, frágil...quase invisível!
Tal qual a liberdade,
Pela qual não brigo,
E o reflexo que já nem vejo...
Tal qual o amor que escondo em mim,
Junto das sombras
E das flores de jasmim...
Como se ele fosse pecado,
Um caminho desviado,
Sentimento desvairado,
Um fruto inseminado,
E precisasse ser sepultado!

E o conflito aflora,
Verte nos poros,
As lágrimas rolam,
Os sorrisos saltam,
Os olhos brilham,
E eu transbordo amor...
Me afogo em dor,
Me embriago de saudade,
Me privo das vontades,
Me escondo da verdade...

E lá no fundo,
No mais profundo...

Veste “luto” o meu amor!

Rosane Oliveira

Nenhum comentário:

Postar um comentário